Funcionárias de um grupo de empresas espanhol denunciaram, à Inspecção do Trabalho, a "humilhação" de serem obrigadas a levar um cartaz ao pescoço dizendo "casa de banho" sempre que sentem necessidade de ir ao WC.
As mulheres trabalham para empresas de embalagens de fruta do grupo "El Ciruelo" situadas em duas povoações de Múrcia. Fartas da humilhação, as mulheres saíram publicamente em protesto, apoiadas pelas organizações sindicais.
De acordo com as denúncias, as empresas obrigam as mulheres que queiram ir à casa de banho a pedirem autorização a uma encarregada. A esta compete dar às funcionárias um cartaz vermelho, no qual se lê "aseo" (casa de banho, em espanhol), que as mesmas são obrigadas a colocar ao pescoço enquanto aguardam a permissão. Note-se que existem apenas três cartazes para mais de 400 trabalhadoras, o que, muitas vezes, obriga a tempos de espera dilatados.
Uma vez dada a autorização, as mulheres têm apenas cinco minutos para usar a casa de banho. Caso demorem mais tempo, é-lhes descontado 30 minutos no final do dia de trabalho.
De acordo com as denunciantes, muitas mulheres deixam de beber líquidos para evitar a necessidade de irem à casa de banho.
Para o secretário-geral da UGT de Múrcia, António Jiménez, as normas das empresas são "uma vergonha, uma violação dos direitos dos trabalhadores e uma humilhação enorme para as trabalhadoras".
Aquela central acusa, igualmente, o grupo empresarial de obrigar as mulheres a jornadas de 12 horas de trabalho com apenas meia hora de descanso.
Em resposta, a administração do grupo afirma que o referido cartaz não tem de ser usado ao pescoço, mas pode ser levado na mão ou num bolso. E que está a ser utilizado para regular as idas à casa de banho enquanto não está pronto a funcionar um sistema de "semáforo".
in JN online
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